domingo, 31 de outubro de 2010
E se eu olhar mais uma vez?
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Primeiro, os cavalheiros
"No instante em que chegaram ao local esperado, entre o alvorecer de um dia ensolarado, ele para o carro, abre a porta, dá-lhe a mão, ela ergue-se de súbito e junto com o movimento para erguer-se, transluz um sorriso em seu rosto, refletindo o que a sua mente propôe nesse momento: "_Que cavalheiro" Não sabia ela o que lhe aguardaria para daqui a pouco, e por todos os dias que restavam a sua existência..."
Eu gosto de ouvir as palavras. Palavras possuem certo aspécto musical, que me encantam. Fico imersa em seus sons, e no que eles causam em mim: devaneios, passagens para lugares secretos da alma, o significante que traduz o significado, que o dicionário não consegue traduzir. Dentro desse cenário, a palavra da vez é: Cavalheirismo. É, você não ouviu mal, estou falando dessa palavra brega, em desuso, ou de uso leviano, sinônimo de cortesia, delicadeza, e nas antigas (tempo em que estava em aparente uso) fidalguia. Mas também podes ver sinônimo de homem besta, brega, que se deixa render por um romantismo barato, pelos grosseirões de plantão, de algo em extinção ou pelos homens de boa índole, que conhecem as verdades dos fatos por trás dos atos e palavras que se constituem em doce cilada para mulheres encantadas (eu diria enfeitiçadas) cairem, tal qual manga madura. Mas Será que sabemos, em toda propriedade da palavra, o que é cavalheirismo?
Essa palavra soa aos meus ouvidos de forma diferente. As mulheres se perguntam, onde estão os homens cavalheiros? Terão eles sido abduzidos coletivamente para um planeta de mulheres mais exigentes? Afinal, com o piriguetchysmo em alta, as mulheres que outrora sabiam seu valor em verso e prosa, hoje se auto- intitulam de cachorras (e merecem portanto, serem tratadas como tal, por típicos homens/cachorros, enquanto requebram o popozão até o chão). Ainda há as que esperam ansiosamente um homem que abra a porta do carro, puxe a cadeira no restalrante, pague a conta, ás peguem no colo, e entre outras tantas utopias baseadas no conceito errôneo do que na verdade é um "pseudo-cavalheirismo".
Essa palavra na verdade me remete a outras, como por exemplo, temor. A bíblia utiliza esse termo sobre a mulher e diz, que a que teme ao Senhor, esta será louvada. Eu ouso inverter a situação (Salomão que me prdoe), numa atuação de pura versão femenina, e digo quão louvável é o homem que teme ao Senhor, e quão vitoriosa é a mulher que ganha o seu coração. O homem que assim procede, jamais troca Deus pela mulher, e por isto ela sabe, que jamais será trocada por outra, uma vez que o amor à Deus sobre todas as coisas, transforma os valores e condutas em um reflexo da perfeição do Deus a quem se teme. O homem comum não pode dimensionar a grandeza de um relacionamento profundo, porque este não aprofundou seu relacionamento com Deus, Não desmanchou su coração cheio de vontade própria e de todas as corrupções dessa sociedade medíocre onde vivemos. Quão belo é constatar que o homem não provou seu amor com meras palavras ou caminhões de rosas que certamente murcharão, mas por ter a palavra de DEUS EM SEU CORAÇÃO E MENTE TRANSFORMADA, trata a sua parte fora de sí (a quem o Senhor, exercendo seu perfeito papel de criador, chamou de mulher -porquanto do homem foi tirada) como vaso mais frágil. Sabe a imagem trágica e recorrente de um homem (um cavalo á galope designaria-o melhor) batendo numa mulher? Pois bem, essa é falácia para a sortuda que encontrou o verdadeiro cavalheiro,que não verá tal coisa na sua ralidade diária.
A partir dessa breve análise sobre o homem que teme ao Senhor, podemos observar, no olhar deste, a essência mais preciosa do que todas as flores do mundo. Ele a toca, não com as mãos apenas, mas com palavras sinceras que acariciam a alma, no momento que ela menos espera, e a surpreende com pequenos atos diários. Um simples convite para um café. Um simples "ela é minha mulher/namorada" diante dos amigos, mesmo que ela esteja sem um pingo de maquiágem, ou de havaianas, pois ele sabe que a beleza que transcende o físico, estará no brilho que transluz em sua alegria, em suas sábias decisões, e numa escolha refinada de palavras bem ditas( VOCÊ SE COMPROMENTE EM SER ASSIM, CARA MULHER QUE ANSEIA POR UM CAVALHEIRO?). Ele será capaz de beijos sem segundas intenções, uma vez ou outra no dia (convenhamos que "sempre", nem mesmo nós queremos) E de conversar sobre sí mesmo, de forma rasgada, sem arrodeios, ou meias palavras. Ele envolve sua alma com um calor precioso, e até mesmo a forma que pronuncia seu nome soa diferente. Em sua aguçada atenção, nos abraça na hora certa, em que daríamos tudo por este abraço, e envolve tudo o que em nós habita, enquanto devolvemos na mesma medida esse abraço que tudo explica. Dentre um leque de possibilidades, ele escolhe um denominador que lhe é comum, tem a atitude de dar o primeiro passo, sabe que é o responsável pelo remo do barco, sendo ele o cabeça da relação.
Conseguimos diferenciar nosso cavalheiro entre uma rama de marmanjos, pois ele nos é mais precioso, e os outros são pura e simplesmente outros. Ele se faz presente, msmo que distante, e conseguimos perceber na transparência de sua presença ausente, o efeito que isso causa em nós, a invasão de bons pensamentos, escorregando para nosso sorriso. Quão aperfeiçoada é a mulher que tem um homem desses.
Um cavalheiro…sabe diferenciar uma mulher de fundamento de uma vazia. Observa-as e constata a preciosidade de sua presença, que se difere das demais. Ele valoriza isso. Sabe entrar e sair de sua vida. Ele não se entrega a exarcebações, e puro exibicionismo de início de paixão versus conquista barata. Não veste as capas das representações e cortezias ensaiadas.
Me despeço cavalheiramente...
Narriman B. Basilio
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Nos caminhos do meu coração...
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Se eu subir, o que verei?
Há que se constatar, se parar para analisar profundamente a riqueza dos sentidos contidos no simples ato de subir em busca do desconhecido, o mágico e sedutor desconhecido.
É mais que um mergulho. E de certa forma você se lança, embora para cima, na mais perigosa das aventuras. O ambiente é desproporcional, e sua estadia nele implica clima, tempo, a pressão que exerce sob os pulmões. É insólito, mas mesmo assim , o seu espírito aventureiro anseia por isso. Seria apenas mero desejo de aventura? Ou não, uma vontade intrínseca de contestar tudo a sua volta? De romper com as idéias que prendem a tua impetuosidade disfarçada de requinte, a roupagem transfigurada de casulo que já não te cabe mais?De rasgar o peito dotado de singularidades e mostrar, numa luta travada as sensações oriundas de um momento só seu, tão perceptivelmente sensorial?
Tudo tem a ver com a nossa preparação. Há uma necessidade latente de primeiro se proteger, de ter a certeza da segurança. Em termos de técnica, exige-se uma preparação total. Mas quem é tão preparado assim na escalada da vida, que não cometa o deslize de esquecer um equipamento ou outro?
Para tornar-se ainda mais paradoxal, vc amarra a uma corda a vontade de liberdade, e tem que aguentar bravamente o vendaval, sem se curvar ao frio que gela as idéias provenientes de um desejo pleno de voar, sem asas, sem deltas alfas ou gamas, apenas com a curiosidade de ver, lá de cima, a nossa paisagem particular, um santuário das capacidades que outrora nos parecia impossível alcançar. Mas há uma força que nos impulsiona, que rompe com a nossa incongruência, com nossas tentativas desesperadas de se enquadrar na sociedade vigente, que quer nos colocar no campo da experiência, e colocar ao alcance da nossa consciência as percepções negligenciadas do nosso "eu". E a cada passo que damos,ignorando a pressão atmosférica, sentimos, como se nossas sensações fossem capazes de nos colocar cara a cara com a verdade dos fatos, aquilo que o medo nos impedia de sentir. Realmente, se eu pensar em mim, e todas as minhas limitações, terei medo. Mas se eu pensar em Deus e toda a sua infalibilidade, o medo desaparecerá do meu espírito, e serei capaz de conquistar uma amplitude espiritual e de alma tamanha, que não caberei mais nas minhas medidas reais, terei que entrar na dimensão do sobrenatural e contemplar do alto a ampla gama de opções de uma vida completa, policênica, multiforme, e completamente independente de circunstancias hostis.
Talvez o alpinismo seja de fato uma atividade humana desenvolvida num ambiente totalmente hostil e até prejudicia, onde o homem atinge os limites de suas capacidades normais, mas em compensação, é uma atividade que proporciona o privilégio de contactar com um meio de proporções magníficas e com belezas inimagináveis. E também assim é a escalada da vida. Esta nos pôe em contato com nossas potencialidades, com a capacidade de superação, com aquilo que nem sabíamos que poderíamos vir a ser e/ou vivenciar. Coloca em evidência a arte de viver! E então, lá de cima você poderá optar, entre se manter estático, entregue ao comodismo, ou abrir os braços e em um puro ato de coragem, se lançar numa viagem sem volta, rumo a uma nova história.
Então, você está pronto pra se lançar nessa aventura e nunca mais voltar a ser o mesmo?Eu escolho saltar. Você vem comigo?
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Prazer em conhecer, eu sou você.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Pássaros engaiolados x Pássaros em vôo.
Parando para olhar nos arredores dessa minha gaiola enfeitada ( tornando-me simultaneamente cônscia da minha situação de prisioneira) chego à indagações próximas aos meus anseios liberais. Agora, não mais presa a uma certeza cega, utilizando como chave o meu anseio por liberdade percorro caminhos na alma não antes conhecido. Anseio esse oriundo da minh’alma, outrora livre, esvoaçante, intinerante. Alma esta que experimentou tantas auroras no café da manhã. Saboreou tantos luares enfeitiçados de verdade, que as noites coroaram lá onde o pensamento é rei, e o devaneio pede licença para assentar-se em suas recamaras. Como privar minh’alma de algo que a mesma conhece com tanta propriedade? E ao mesmo tempo como destruir uma prisão que parece indestrutível...?
Olho a minha volta, e percebo tantas coisas querendo me prender. Estou presa a uma identidade, uma prisão que eu mesma construí, estou amarrada a uma personalidade dita minha, a um nome pelo qual ouço todos me chamar. Estou presa a um olhar que jamais contemplarei, pois fui feita apenas para contemplar olhares alheios, sendo alheia ao sofrimento contido no meu próprio. vejo algemas invisíveis das palavras não ditas, que me prendem aos sentimentos que se recusam a sair. Mas ao mesmo tempo me sinto livre. Será isso resultado de sonhos? Quadros cênicos que me afugentam sempre que escapo do meu cárcere real? Ficamos aninhados em nossa teia de personificações, e tão agarrados áquilo que achamos próprio, que nem percebemos, que nossas vidas e histórias são fragmentos tecidos por outros. Talvez seja por isso que nossos olhos, projetados para frente, nos impedem de olhar para dentro. E ao desviar nossos olhos da cadeia, talvez encontremos a chave, que sempre esteve tão perto e nem percebemos.
Somos presos a condicionamentos diários. Um momento amarra o outro, parece cilada do destino. E cada escolha vai patenteando o que somos, o que temos, o que faremos. E nesse jogo, ás vezes somos rei, noutras peões, noutras bispos, será que nunca seremos a mão a ditar o jogo? Sim, porque eu me sinto capaz de inverter... Tenho o direito de escolher meus posicionamentos diante do que a vida fez de mim e fazer disso o que bem entender. Sim, sou eu que determino minha pena, e se sou eu que escolho até mesmo meus crimes, eu posso optar ficar preso apenas dentro da grandeza de amar, sendo , réu, culpado, juiz e advogado dessa mesma causa, sem causa, motivo e razão de existir, preso no emaranhado de olhares, vigiado por sorrisos que não cessam, e presenteando a alma com a ilusão de plena liberdade. Sim, é isso que quero, isso que anseio...
Olho mais uma vez a gaiola, e vejam só, me encontro fora dela. Olhava tão fixamente para as grades que nem percebia que elas não mais me cercavam. Agora, meus olhos acostumam-se com a luz, e meu corpo com a brisa que sem empecilhos sopra suave num leve balançar de idéias. Abro os braços em posição de vôo. Vôo para dentro das minhas emoções sem planos para voltar...
“Invento mais uma vez um dia dia, dando a velha história traços que não havia, indo de vento em poupa, de braços dados com a ousadia, para a liberdade que eu nem mais sabia que existia!”
Por: Narriman B.