sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Primeiro, os cavalheiros




"No instante em que chegaram ao local esperado, entre o alvorecer de um dia ensolarado, ele para o carro, abre a porta, dá-lhe a mão, ela ergue-se de súbito e junto com o movimento para erguer-se, transluz um sorriso em seu rosto, refletindo o que a sua mente propôe nesse momento: "_Que cavalheiro" Não sabia ela o que lhe aguardaria para daqui a pouco, e por todos os dias que restavam a sua existência..."

Eu gosto de ouvir as palavras. Palavras possuem certo aspécto musical, que me encantam. Fico imersa em seus sons, e no que eles causam em mim: devaneios, passagens para lugares secretos da alma, o significante que traduz o significado, que o dicionário não consegue traduzir. Dentro desse cenário, a palavra da vez é: Cavalheirismo. É, você não ouviu mal, estou falando dessa palavra brega, em desuso, ou de uso leviano, sinônimo de cortesia, delicadeza, e nas antigas (tempo em que estava em aparente uso) fidalguia. Mas também podes ver sinônimo de homem besta, brega, que se deixa render por um romantismo barato, pelos grosseirões de plantão, de algo em extinção ou pelos homens de boa índole, que conhecem as verdades dos fatos por trás dos atos e palavras que se constituem em doce cilada para mulheres encantadas (eu diria enfeitiçadas) cairem, tal qual manga madura. Mas Será que sabemos, em toda propriedade da palavra, o que é cavalheirismo?
Essa palavra soa aos meus ouvidos de forma diferente. As mulheres se perguntam, onde estão os homens cavalheiros? Terão eles sido abduzidos coletivamente para um planeta de mulheres mais exigentes? Afinal, com o piriguetchysmo em alta, as mulheres que outrora sabiam seu valor em verso e prosa, hoje se auto- intitulam de cachorras (e merecem portanto, serem tratadas como tal, por típicos homens/cachorros, enquanto requebram o popozão até o chão). Ainda há as que esperam ansiosamente um homem que abra a porta do carro, puxe a cadeira no restalrante, pague a conta, ás peguem no colo, e entre outras tantas utopias baseadas no conceito errôneo do que na verdade é um "pseudo-cavalheirismo".
Essa palavra na verdade me remete a outras, como por exemplo, temor. A bíblia utiliza esse termo sobre a mulher e diz, que a que teme ao Senhor, esta será louvada. Eu ouso inverter a situação (Salomão que me prdoe), numa atuação de pura versão femenina, e digo quão louvável é o homem que teme ao Senhor, e quão vitoriosa é a mulher que ganha o seu coração. O homem que assim procede, jamais troca Deus pela mulher, e por isto ela sabe, que jamais será trocada por outra, uma vez que o amor à Deus sobre todas as coisas, transforma os valores e condutas em um reflexo da perfeição do Deus a quem se teme. O homem comum não pode dimensionar a grandeza de um relacionamento profundo, porque este não aprofundou seu relacionamento com Deus, Não desmanchou su coração cheio de vontade própria e de todas as corrupções dessa sociedade medíocre onde vivemos. Quão belo é constatar que o homem não provou seu amor com meras palavras ou caminhões de rosas que certamente murcharão, mas por ter a palavra de DEUS EM SEU CORAÇÃO E MENTE TRANSFORMADA, trata a sua parte fora de sí (a quem o Senhor, exercendo seu perfeito papel de criador, chamou de mulher -porquanto do homem foi tirada) como vaso mais frágil. Sabe a imagem trágica e recorrente de um homem (um cavalo á galope designaria-o melhor) batendo numa mulher? Pois bem, essa é falácia para a sortuda que encontrou o verdadeiro cavalheiro,que não verá tal coisa na sua ralidade diária.
A partir dessa breve análise sobre o homem que teme ao Senhor, podemos observar, no olhar deste, a essência mais preciosa do que todas as flores do mundo. Ele a toca, não com as mãos apenas, mas com palavras sinceras que acariciam a alma, no momento que ela menos espera, e a surpreende com pequenos atos diários. Um simples convite para um café. Um simples "ela é minha mulher/namorada" diante dos amigos, mesmo que ela esteja sem um pingo de maquiágem, ou de havaianas, pois ele sabe que a beleza que transcende o físico, estará no brilho que transluz em sua alegria, em suas sábias decisões, e numa escolha refinada de palavras bem ditas( VOCÊ SE COMPROMENTE EM SER ASSIM, CARA MULHER QUE ANSEIA POR UM CAVALHEIRO?). Ele será capaz de beijos sem segundas intenções, uma vez ou outra no dia (convenhamos que "sempre", nem mesmo nós queremos) E de conversar sobre sí mesmo, de forma rasgada, sem arrodeios, ou meias palavras. Ele envolve sua alma com um calor precioso, e até mesmo a forma que pronuncia seu nome soa diferente. Em sua aguçada atenção, nos abraça na hora certa, em que daríamos tudo por este abraço, e envolve tudo o que em nós habita, enquanto devolvemos na mesma medida esse abraço que tudo explica. Dentre um leque de possibilidades, ele escolhe um denominador que lhe é comum, tem a atitude de dar o primeiro passo, sabe que é o responsável pelo remo do barco, sendo ele o cabeça da relação.
Conseguimos diferenciar nosso cavalheiro entre uma rama de marmanjos, pois ele nos é mais precioso, e os outros são pura e simplesmente outros. Ele se faz presente, msmo que distante, e conseguimos perceber na transparência de sua presença ausente, o efeito que isso causa em nós, a invasão de bons pensamentos, escorregando para nosso sorriso. Quão aperfeiçoada é a mulher que tem um homem desses.

Um cavalheiro…sabe diferenciar uma mulher de fundamento de uma vazia. Observa-as e constata a preciosidade de sua presença, que se difere das demais. Ele valoriza isso. Sabe entrar e sair de sua vida. Ele não se entrega a exarcebações, e puro exibicionismo de início de paixão versus conquista barata. Não veste as capas das representações e cortezias ensaiadas.
Excessos à parte, gentilezas e agrados serão sempre bem vindos, desde que não sejam forçados. Se você acha ou sabe que não vai seguir abrindo a porta para ela durante o resto do namoro/casamento nem comece! encontre o equilíbrio entre o Rambo e o Don Juan que existe em você! Mulheres, é impoirtante dstacar um pequeno detalhe: Cavalheirismo não é sinônimo de perfeição. O "gentleman" terá seus dias de insatisfação pessoal, errará, se alterará em alguns momentos, dirá coisas no calor da emoção. Mas saibam que amar é doação total e irrefreável, que supera a troca. Que um homem não é um investimento, um negócio rentável. Agora será que existe uma cavalheira digna de um homem como esses? Sabemos que o que recebemos é apenas colheita equivalente ao que plantamos no decorrer de nossa vida, representada pelos comportamento que adotamos e a postura que construimos dia pós dia.
Me despeço cavalheiramente...
Narriman B. Basilio

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