sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ei você, descobre-me...


Ei, você nem sabe...
A vontade que eu tenho de, pelo simples poder de nossas mãos juntas, transformar este inverno em luz, em chama flamejante, calor, e explosão de cor. Um eterno amanhecer por dentro. Um sol constantemente aceso, inundando tudo quanto for fresta por luz, não dando mais lugar a sombra, cinza, frio, seco...
Ei, você nem sabe...
Eu sei um caminho para um lugar secreto. Eu sei a aposta mais legal do mundo. Eu sei fazer mímica, a mais engraçada. Eu sei sorrir em baixo d'água. Eu sei casar letra e música, e bailar alegremente num silênicio de matar. Eu sei cantar no chuveiro, como ninguém. Eu escrevo roteiros de vida, quase diáriamente. Eu intervenho na mesmice de todo mundo. Jogo cores onde não há, desenho arco-íris no olhar.
Ei, você se importa? atenta para o que eu te digo com carinho...
O meu olhar diz tanto, sobre tudo silênciosamente, e eu sei fazer tudo ficar recíproco, cúmplice e intenso.
Ei, você me ouve? Dá um sinal, avisa...
E eu te mostrarei que o amor que permeia tanta poesia, e a poesia que se entrega inteira pras palavras que querem dizer do abraço, conduz à fonte de todas as coisas, lá onde o desejo se origina.
Ei, você mesmo, vira pra mim o teu rosto, chega perto, assim de mansinho, mas não tanto, o pensamento não funciona, eu esqueço a ironia que ia dizer. Eu esqueço até o meu nome. Mas fixa teus olhos no espelho límpido dos meus...
Deixa eu te dizer, que eu sei fazer durar pra sempre, não minguar. Eu sei fazer de cada dia um livro inteiro. Tudo diferente, tudo entonante, uma conquista constante... uma primavera inaugurada a cada dia, em meio a um mundo inteiro chuvoso, cada vez mais o amor sendo a melhor experiência...
Ei, deixa eu te contar cada detalhe...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Andando nas bordas, bordando histórias..


Hoje eu notei, hoje eu percebi, que você continua nas margens de mim.
O tempo passou, tantas coisas mudaram, mas hoje, ao olhar pros lados, percebi que continuas lá, nas bordas, se equilibrando como criança que brinca, olhando para a vastidão do horizonte, sorriso no olhar, atravessando os lírios dos meus, me tomando devagarzinho.
Mas continua lá, apenas nas margens.
Não sabes que quando você ousou pisar na minha linha divisória, eu tremulei, como uma bandeira erguida em noite plena? Pois é! Mesmo assim te chamei para a travessia. Acenei, Fiz sinais de fumaça. Mas você não veio. Simplesmente não veio.Porque?
Hoje sei, você continua saboreando as bordas, lá é confortável, é seguro, é curioso, é limítrofe. É tão instingante (novidade) como tudo que é você. Mas deves perceber, que não caibo nesse estreito, que no extremo de cá, onde eu vivo, há muito mais para descobrir, curtir, conhecer e reconhecer.
Hoje eu olhei pras bordas de meu ser, e percebi que ainda estava alí a única pessoa que pode escolher os rumos dessa trajetória. Manter-se na barreira que nos separa, ou encontrar o caminho para além das fronteiras, no meu interior.
Secretamente.
N.B.B

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Palavras, apenas? Palavras!


Derrepente ela acordou envolta por uma película invisível, algo não homologado, nem patenteado, cujo o nome foge tal qual a caça do caçador. A caça, é algo que sempre interessou o homem, desde os tempos mais primitivos lá estava em destaque o grande caçador... Nos dias de hoje apenas o objeto de busca foi modificado. Pois é. Ele corre atrás, ela foge, a emoção aumenta. O dúbio sentimento de desejar a posse e de não possuí-la, chega a cegar... Torna-se uma procura insana, aterradora e, o que não sabemos no momento é que além disso, esta é absolutamente passageira. Uma vez diminuido o passo, vem a certeza, e com ela aquele tão temível e dominador: o tédio. Quando mais uma conquista é autenticada, quando o troféu é posto na estante, tudo por dentro que nos inebriava, some. Some porque não veio de dentro. Não veio de um momento de completa espontaneidade, quando em meio a conversas paralelas,os dois se olham, e num rápido flertar de dois segundos, dizem palavras de dois anos, ou mais...

Essa essencia não se gasta, não se abusa, mas renova-se como a fênix, da mais obscura cinza. Mas trocamos isso por procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis. As vezes, trocamos por migalhas de atenção e uma motivação falsa. Ai, tudo se transforma em palavras ditas sem dizer, em subentendimentos, em parafraseados e atitudes cheias de entrelinhas. Não sei se tudo ainda se faz mutável, o que eu sei é que quero mais que palavras, aprendi a valorizar mais que umas linhas digitada às pressas. Palavras não descrevem os olhos, as bocas, os braços e abraços, nem a alegria até então desconhecida, surgida de um (re) encontro.

Palavras agora,não me bastam mais...

N.B

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Lançar Âncora!


Pensamentos avulsos me invadem como as águas de uma represa... E eu aqui sozinha, envolta pela escuridão da noite e a surpresa das propostas... As certas, as erradas. As certas ditas por bocas erradas, as que nunca deveriam ser feitas. Agarro-me a minha fé, o que me resta afinal? Clamar em alta voz àquele que faz as minhas estruturas estremecerem com apenas uma palavra... E quão suave essa palavra. O contato espiritual sublime me leva a uma nova amplitude de fé.

Simplesmente me afasto das minhas antigas convicções, simplesmente me agarro, de forma sutil a novas formas de acreditar e de me aprofundar nesse relacionamento sagrado, que em vez de produzir feridas, as sara, que transforma tudo num lindo despertar de bons momentos. Tudo em mim transborda em felicidade e certeza. Tudo em mim se agarra ao divino, sendo a minha própria alma tão parte dele quanto meu espírito. Talvez invisível para alguns, ou para todos. Hoje prefiro a discrição das atitudes encobertas, do que ostentar falsas glórias. Hoje me calo para não cometer erros atrozes contra mim mesmo. Hoje vejo tudo com ares mais alegres, sim, sou tomada de uma nova visão. É bom se ver livre de fantasmas... Daquela vontade de sumir em certos momentos cruciais. Aquela vontade de fugir do que eu sou, mesmo sendo isso tecnicamente impossível. Daquilo que eu não posso dizer, que é tão meu, e que às vezes me escapa pelos poros... É incrível como 1a palavra errada cala todas as certas, quando deveria ser o contrário...

É incrível como aquilo que vemos através dos olhos de alguém se difere tanto das palavras ditas e não ditas... Quem será que está mentindo? Ainda anseio encontrar as respostas, tanto quanto anseio encontrar tantas outras coisas... Apenas não me entrego mais, nem me desespero... Estou num barco, velas içadas, ancora levantada, em direção ao meu porto de escape. O mar está revolto, criaturas estranhas a espreita, tubarões famintos... Eu simplesmente deito e durmo... Sabe por quê??
Vou dizer: O meu capitão não falha, e é isso q me faz descansar com a máxima tranquilidade...


Narriman.B

Me jogando no irresistível mundo das perguntas...


Quantas coisas nós veremos acontecer, até que tudo se tranquilize?

Quantas mentiras ouviremos e em quantas acreditaremos?

Quantos sorrisos fingiremos, até sorrir sinceramente outra vez??

Quantas lágrimas derramaremos, sozinhos, no escuro?

Quantos olhares perderemos, olhando pra olhares estranhos?

Em quantos jogos cairemos? Estratégias armadas?

Estaremos preparados para resistir?

Será que um dia tudo amanhecerá mais ameno?

Será que tudo vai ser esclarecido? Ou será q essa supra-realidade nunca transpassará o sonho?

Quantos mais veremos sonhar por nós sonhos que não nos pertencem?

Quantos roubarão os que ainda insistimos em sonhar?

Quantas vezes duvidaremos da pessoa errada?

Quantas vezes abraçaremos quem mais mente? Daremos valor a quem finge ser quem é? Aplaudiremos suas artimanhas?

Até quando correremos rumo ao desastre? Quanto tempo de colher nós perderemos? Saberemos escolher a hora certa? Saberemos ser o melhor que podemos?

Quanto tempo teremos que engolir as belas palavras...

E dizer coisas que não sentimos?

As perguntas permanecerão? Alguém dará resposta?

Ou permaneceremos em perpétua dúvida?

Quanto tempo a aparência subsistirá?Estará o Senhor preocupado com ela?

Olhará do alto e fará prosperar?

Ele que conhece o que está em oculto e vai até a divisão de nossa alma?Mentirá alguém pro Deus todo poderoso?

Nem pra tudo há resposta...Mas o Deus que conhece o nosso futuro,fará o que lhe apraz ..

NB


terça-feira, 1 de junho de 2010

Raios de esperança x sombras da desilusão.


Há dias em que perguntamos a Deus qual o seu propósito para determinada área de nossas vidas. Costumo ter ótimos diálogos com Abba sobre isso, nos meus dias de nuvens limpas e densos raios de sol, que irradiam cores e perfumes, ou nos dias em que me encontro no olho da tempestade, onde o coração em consenso com a alma vibra e chora.

Hoje pela manhã, ao abrir os olhos, me deparei com a fresta de luz entrando janela adentro. A luz que banha meu despertar todas as manhãs, metaforicamente é a luz que me faz enxergar tudo que acontece. Pedi a Deus, como sempre faço, que meus passos não fossem dados em vão, mas que até os mais inesperados pudessem me levar, da sombra da dúvida, para o límpido reluzir da verdade. Simplesmente tive um começo excelente. Muitos sorrisos, aprendizados, e ultima aula vaga [rsrs]. Aquela festa de cores que costuma enfeitar meus dias apareceu notável. A partir daí uma série de acontecimentos aparentemente casuais me levaram a vislumbrar uma cena que eu, a priori, não entendi. Como sempre faço quando estou desacompanhada no ônibus e não há nenhuma conversa interessante ao meu redor, peguei um livro pra ler. Ele se chama "Sonhos de mulher" e a quem for desse gênero, recomendo!A autora contava do que considero (imaginando) a experiência mais traumática para uma mulher: o aborto, a perda daquele tão aguardado, que com tanto carinho foi concebido, a perda de um sonho. Lembro-me perfeitamente a ultima frase que li,antes de erguer minha cabeça e me deparar com " a cena".Foi ela: " Confie em seu coração" Nome traduzido de uma canção, cantada pela amiga da autora em seu momento de dor. Li, ergui a cabeça, contemplei o retrato do meu infortúnio, baixei a cabeça e imediatas lágrimas desceram dos meus olhos. Com pensamentos emaranhados e uma chuva de interrogações, voltei os olhos pro livro novamente...

Eis a canção:

"Deus é muito sábio para errar.

Deus é muito bom para ser desagradável.

Portanto, enquanto você não entende,

Enquanto não vê o plano d'Ele,

Enquanto não reconhece as mãos d'Ele,

Confie em Seu coração."

Pude sentir claramente a voz de uma melhor amiga cantando essa música aos meus ouvidos, enquanto lia, agora com uma emoção transfigurada, cada linha dessa música. Que resposta maravilhosa bem em meio a tormenta! Pude agradecer à Deus e sentir em meu coração nova alegria, nova esperança.

Seria exagero comparar a perda de um amor à perda de um filho, Mas para quem é jovem a sensação é essa: de não poder ter em seus braços o fruto do que foi gerado com tanto carinho, que deu origem a sonhos e planos. Mas em Deus, a esperança renasce. Minha experiência hoje me deu a certeza de que Ele é quem dirige meus passos, que suas são as estratégias, que seu é o controle. E que a luz que banha o amanhecer do meu dia, nada mais é do que um aviso divino de que eu devo apenas crer, e viver plenamente enquanto o sonho não vem.

O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica. (Sl. 119:50)