terça-feira, 9 de novembro de 2010

Prenda a respiração e... se jogue!



Quando mergulhamos profundo em um oceano, corremos alguns perigos.
Há inicialmente toda a curiosidade de saber o que há embaixo de tão profundas águas, alí escondido e quase impenetrável. Se decidimos nos jogar então nessa expectativa, a cada braçada nos depararemos com coisas que impressionam, coisas nunca antes contempladas.
Mas no convés da emoção, não levamos em consideração o perigo que esse mergulho inesperado pode ocasionar. É necessário está devidamente preparado e equipado, mas apenas isto não basta,pois quanto mais profundo vamos, maior é a pressão exercida sob nossos pulmões, ou seja, mais ''sem fôlego'' ficamos...
Retornando a questão inicial, o quanto você está disposto a correr riscos? Na entrave de suas decisões, quão ganancioso és, a ponto de se lançar de olhos fechados em algo que para você ainda é oculto, mergulhar onde até agora você só arriscou molhar os pés?

O que se espera do inesperado? O que estará alí escondido, será que valerá à pena? Talvez guiados por essa dúvida, também possamos vir a perder o complemento da nossa alma, aquilo que os nossos olhos tão incoscientemente desejam ver, tocar, sentir, viver. "Perder o fôlego" é um sonho que tememos, um desejo que ocultamos, uma extravagância que contemos, uma emoção que guardamos pra depois. Mas e se não houver o depois? E se o depois for uma paisagem pela qual passamos e admirados olhamos pela janela, procurando captar através de uma fotografia, vista depois de um certo tempo, quando se percebe que aquilo é o que sempre se desejou ver, e que uma foto nada mais é do que uma lembrança congelada, e impossível de ser revivida. Talvez isso seja a essencia de se correr o risco: querer viver em plenitude aquele belo momento.

E talvez isso seja tão intenso e profundo, quanto ter todo o peso de um oceano sob seus frágeis pulmões. Mas o talvez é só um detalhe diante da imensidão que nos envolve quando ousamos mergulhar, nesse oceano profundo, desconhecido, e cheio de surpresas...

Narriman B.

Nenhum comentário:

Postar um comentário